UMA VIDA DE SUCESSO “Dulce Primo: De lavadeira no Coqueiro a Maestrina internacional”
Maestrina Dulce Primo regendo o coral da Fundação HSBC, em Curitiba. A Maestrina Dulce Primo (foto ao lado) é natural de Manhuaçu, onde viveu até aos sete anos, quando se mudou para Belo Horizonte. Residia com a família numa casa próxima ao antigo Ginásio Manhuaçu. Filha de agricultor, sua mãe lavava roupas no Rio Manhuaçu para ajudar no sustento da família. Licenciada em educação musical, tendo se aperfeiçoado na Hungria, Inglaterra e Estados Unidos, onde obteve o reconhecimento com méritos dentre colegas de vários países. A Casa de Cultura tem a honra de inaugurar o Projeto Prata da Casa com esta extraordinária manhuaçuense, que é um ícone de sucesso e orgulho para todos nós. Sebastião Fernandes - Presidente De infância pobre, a musicista Dulce Primo tenta ensinar muito mais que música para as crianças que fazem o comovente show de Natal do Palácio Avenida, em Curitiba. Dulce Primo tem licenciatura no curso de Educação Musical - habilitação em música pelo Instituto Musical de São Paulo e especialização em Método Kodaly, concluída na Hungria, além de cursos livres de música. Professora de regência, didática e prática de Coro Infantil, tem ministrado cursos em oficinas de música em Curitiba ( 1983 a 2001), Ouro Preto, Londrina, Campos do Jordão, Paraíba e Rio Grande do Sul. Diretora musical do projeto Natal do HSBC (ex- Bamerindus), é mundialmente conhecida pelo seu trabalho à frente do Coral Infantil que apresenta no Natal, nas janelas do Palácio Avenida de Curitiba. Foi coordenadora do Centro de Musicalização Infantil da Escola de Música de UFMG onde gravou o CD "Musicando a Vida." Em 1994, 2000 e 2001 gravou os CD's do Coral HSBC, "Noite Feliz" e "Natureza pela Paz." Há 14 anos na regência do coral infantil do Natal HSBC, ela ajuda a educar através da arte e a transformar a história do coral e também de muitas das crianças. Tanta dedicação tem origem na própria experiência de vida, que começou na beira do rio no município de Manhuaçu, em Minas Gerais, onde a maestrina nasceu há 67 anos e conviveu até a adolescência com os seis irmãos, a mãe lavadeira e o pai plantador de feijão, antes de tentarem a sorte na capital Belo Horizonte. | ||
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INDUSTRIA CULTURAL, O QUE É ISSO? A filosofia do desenvolvimento sustentável tem sido ampliada neste início de século. Hoje, os estudiosos sabem que o desenvolvimento não se encerra somente na expansão dos meios econômicos, crescimento da produção e renda per capita. As experiências concretas de vários países já demonstraram que crescimento econômico não leva necessariamente a desenvolvimento social e nem a distribuição igualitaria da renda. Os políticos estão descobrindo tardiamente que a ação transformadora da cultura propicia o aprendizado do convívio com a diferença e desencadeia a identificação dos talentos criativos e transformadores, além de promover o intercambio entre os sujeitos da coletividade e solidificar o convívio social. Isto é, estão descobrindo a cultura como agente produtor de riqueza material: bens de consumo, turismo e paz social. Indústrias Culturais Orientadas para o controle da tecnologia, as industrias culturais aumentam o valor do capital tecnológico em relação ao capital financeiro, industrial e comercial. Isso, por si só, demonstra a importância das industrias culturais nas sociedades contemporaneas, uma vez que constituem viés importante para o progresso do conhecimento e da informação. Com a adoção globalizada da Tecnologia de Informação (TI) a partir da segunda metade da década de oitenta, o setor cultural passou a ser o nicho onde ocorreram as maiores inovações na área de processamento de dados através de equipamentos multimídia, digitalização dos formatos e expansão da indústria de software, porque grande parte dos setores que compõem as indústrias culturais se beneficiam dessas transformações, expandindo-se, embora a cultura não tem uma dinâmica meramente econômica e mercadológica. O crescimento das atividades culturais com fins econômicos nas localidades com até cinco mil habitantes, segundo o IBGE, tem atingido índices muito acima dos índices da indústria de transformação e do comércio. Na nossa região, citamos o caso do município de Alto Caparaó. Há hoje naquele município uma ênfase de produção de artesanatos e “souvenirs”, paralela à atividade turística. É sabido que as três grandes frentes de progresso humano que despontam no século XXI, como esperança da paz social são: Turismo, Cultura e Ecologia. Dessas, a cultura é a mais importante, porque nela está inserido o conteúdo simbólico responsável pela formação das identidades dos indivíduos e povos. Oportunidades Em 1998, de acordo com pesquisa da Fundação João Pinheiro, a cultura gerava 1% do PIB brasileiro. A cada R$ 1 milhão investido correspondia a 160 postos de trabalho. Num país em que é enorme o desemprego entre jovens em idade de ingressar no mercado de trabalho, a geração de trabalho e renda pelas indústrias culturais significa um enorme potencial. Mesmo comparando com as indústrias automotivas e de tecnologia, a relação emprego/investimento das indústrias culturais é a melhor do país. Por outro lado, infelizmente, em pesquisa realizada em 1999 pelo IBGE, constatou-se a insuficiência de investimentos no setor cultural: 82% dos municípios brasileiros não possuíam museus; 84,5% não tinham teatro; 20% não tinham biblioteca pública e 92% não possuíam sala de cinema. Nos municípios com até cinco mil habitantes, a existência de comércio de produtos culturais (livrarias, lojas de discos, fitas e CD etc) eram raras, com percentuais abaixo de 15%. No território nacional, dos 5.506 municípios pesquisados, 65% não possuíam nenhum comércio de produtos culturais. Esses dados, ao invés de demonstrarem um quadro desolador, pelo contrário, demonstram uma gama enorme de oportunidades, pois tudo está por fazer. O mercado consumidor existe, o que falta é a oferta do produto cultural. Investir na atividade cultural deixou de ser uma excentricidade de mecenas ricos para se tornar num negócio de geração de emprego e renda, num excelente investimento. | ||
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MARIA MOURA: A FEMINISTA QUE ABALOU A REPÚBLICA NO INICIO DO SÉCULO PASSADO Maria Lacerda de Moura, nascida em Manhuaçu, Minas Gerais, na Fazenda Monte Alverne, a 16 de maio de 1887, desde jovem se interessou pelo pensamento social e pelas idéias feministas. Formou-se na Escola Normal de Barbacena, em 1904, começando logo a lecionar nessa mesma escola. Inicia então um trabalho junto às mulheres da região, incentivando um mutirão de construção de casas populares para a população carente da cidade. Participou da fundação da Liga Contra o Analfabetismo. Como educadora, adotou a pedagogia libertária de Francisco Ferrer Guardia. Após se mudar para São Paulo, começou a dar aulas particulares e a colaborar na imprensa operária e anarquista brasileira e internacional. No jornal A Plebe (SP) escreveu principalmente sobre pedagogia e educação. Seus artigos foram também publicados por jornais independentes e progressistas, como O Combate, de São Paulo e O Ceará (1928), de Fortaleza, de onde se extraiu o texto Feminismo? Caridade?, bem como em diferentes jornais operários e anarquistas de todo o Brasil. Em Fevereiro de 1923, lançou a revista Renascença, publicação cultural destinada a divulgar o movimento anarquista e entre setores progressistas e livre-pensadores. A importância desta militante pode ser avaliada, entre outros, pelo fato de que, em 1928, jovens estudantes e trabalhadores paulistas terem invadido o jornal pró-fascista italiano Il Piccolo, como resposta a um artigo que caluniava violentamente a pensadora libertária. Na mesma época, Rachel de Queiroz, aos vinte anos, polemizou acaloradamente, nas páginas do jornal O Ceará, com um jornalista cearense que atacou Maria Moura e com a diocese de Fortaleza . Ativa conferencista, tratava de temas como educação, direitos da mulher, amor livre, combate ao fascismo e antimilitarismo, tornando-se conhecida não só no Brasil, mas também no Uruguai e Argentina, onde esteve convidada por grupos anarquistas e sindicatos locais. Entre 1928 e 1937, a ativista libertária viveu numa comunidade em Guararema (SP), no período mais intenso da sua atividade intelectual, tendo descrito esse período como uma época em que esteve "livre de escolas, livre de igrejas, livre de dogmas, livre de academias, livre de muletas, livre de prejuízos governamentais, religiosos e sociais". Maria Lacerda de Moura pode ser considerada uma das pioneiras do feminismo no Brasil e uma das poucas ativistas que se envolveu diretamente com o movimento operário e sindical. Entre os seus numerosos livros destacam-se: Em torno da educação (1918); A mulher moderna e o seu papel na sociedade atual (1923); Amai e não vos multipliqueis (1932); Han Ryner e o amor plural (1928) e Fascismo: filho dileto da Igreja e do Capital. É certo que ele não representa todo o pensamento da anarquista brasileira. Como todo militante, com larga atividade literária, passou por diferentes fases e sua reflexão abordou temas tão diversos como a guerra, o malthusianismo e a pedagogia libertária. Polêmica na literatura e na militância, Maria Lacerda de Moura passou pela Maçonaria e pela Fraternidade Rosa Cruz, com quem rompeu denunciando-a como agente do nazismo. Atravessou algumas fases de maior envolvimento social e outras de isolamento, umas de otimismo e outras de declarado pessimismo. E, se no fim da vida, permanecia num certo pessimismo, isso deve-se certamente às divergências e rupturas que, no fim da década de 20, confrontavam anarquistas e comunistas ao mesmo tempo em que acontecia a ameaçadora ascensão do fascismo. No entanto, quando após a fundação do Partido Comunista dirigentes desse partido, fizeram várias tentativas para aliciá-la, a pensadora libertária recusou-se a abandonar sua visão de mundo, mantendo até ao fim da vida o seu anarquismo individualista 21. Maria Lacerda de Moura é praticamente desconhecida no Brasil, onde um certo feminismo parece querer ocultar aquela que seria uma das primeiras e mais importantes ativistas das causas das mulheres, mas que nunca reconheceu no Estado, no Direito e no acesso profissional burguês a sua causa. Na verdade, isso acontece porque, antes de tudo, via generosamente a luta feminista como parte integrante do combate social compartilhado igualmente por homens e mulheres engajados na luta pela eliminação de toda exploração, injustiça e preconceito. Talvez por isso mesmo, ela seja ainda um símbolo incômodo para toda a sociedade conservadora, até para o atual conservadorismo feminista, mero arrivismo social de classe média em busca do seu lugar ao sol no Estado e no capitalismo, tal como o foi para as sufragistas da classe média e das elites do seu tempo. A militante anarquista morreu em 1945, no Rio de Janeiro. (Extraído de: Maria Lacerda de Moura - Uma anarquista individualista brasileira na Revista Utopia # 9) | ||
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HEBER SOARES VARGAS, EXPOENTE DA PSIQUIATRIA HEBER SOARES VARGAS Heber Soares Vargas nasceu em Manhuaçu no dia 9 de maio de 1928. Heber Soares Vargas nasceu em Manhuaçu no dia 9 de maio de 1928. Filho de Raymundo Soares Vargas e Isaltina Vargas, graduou-se em medicina no Rio de Janeiro, em 1951. Tornou-se doutor e livre docente na área de medicina pela conceituada Fundação Universidade Estadual de Londrina, Paraná. Tornou-se especialista na especialidade de psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Criminologia, pela Sociedade Internacional de Criminologia e pelo Instituto Oscar Freire de São Paulo, e em medicina legal pela Sociedade Brasileira de Medicina Legal. Heber Soares Vargas foi membro da Sociedade Brasileira de Escritores Médicos, membro da Academia Londrinense de Letras, Ciências e Artes. Foi também presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seção do Paraná e Vice-Presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria. Fundador do Colégio e Faculdade que leva o seu nome e do Centro de Psiquiatria Shan-gri-lá. Suas principais obras são: Psicologia do Envelhecimento, publicado no ano de 1983; Repercussões do Álcool e do Alcoolismo, publicado em 1988; A Depressão do Idoso – Fundamentos, publicado em 1992 e Psicogeriatria Geral, publicado em 1954 | ||
DIRETORA CULTURAL A artista plástica Solange Malosto, representante do Artforum in Minas, associada ao núcleo de direção dos grupos Artforum Mundi Planet & Artforum BR XXI, direção de Ana Maria Félix Garjan, na França e restauradora sacra, tem feito um excelente trabalho de divulgação dos eventos ligados à Fundação Manhuaçuense de Cultura como Diretora Cultural da Casa de Cultura Ilza Campos Sad, através de seu programa Raízes, da TV Catuaí e em blogs de vários países, levando a cultura de Manhuaçu para o mundo. Acesse os blogs e sites através de pesquisa no Google. | ||
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